Muitas pessoas consideram certos medicamentos como os principais responsáveis pela sua obesidade. Em alguns casos, têm razão. Embora a obesidade provocada por causas secundárias corresponda a uma percentagem muito baixa, é certo que alguns medicamentos, aliados a uma alimentação excessiva, podem originar resultados catastróficos. Vejamos os principais fármacos que podem, de facto, contribuir para o aumento de peso.
Pílula Contracetiva
Os contraceptivos orais são geralmente compostos pela combinação de derivados de hormonas sexuais: estrogénios e progesterona. É sabido que estes medicamentos provocam um aumento de peso como consequência da retenção de líquidos, um efeito próprio destas hormonas. Contudo, este aumento é geralmente limitado, raramente ultrapassando os dois ou três quilos. Além disso, ao interromper a administração destes contracetivos, o peso tende a voltar ao normal.
Felizmente, os contraceptivos orais de última geração reduzem substancialmente as doses desses derivados hormonais, o que atenua consideravelmente os seus efeitos sobre a retenção de líquidos.
Corticoides
Os corticoides são medicamentos derivados das hormonas produzidas nas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins. Estas substâncias são utilizadas no tratamento de várias doenças, como reumatismos, asma e algumas doenças cutâneas. Muitos pacientes queixam-se de inchaço durante a sua utilização; no entanto, tal como acontece com a pílula, os efeitos costumam desaparecer quando o tratamento é suspenso.
Antidiabéticos
Entre os medicamentos utilizados para o tratamento da diabetes, existem alguns, como as sulfonilureias e a insulina, que também provocam, a longo prazo, um aumento de peso significativo. Estes pacientes, que não podem prescindir do tratamento da sua doença, devem compensar os seus efeitos com uma dieta equilibrada para contrabalançar a tendência para a obesidade.
Antidepressivos
Alguns dos principais compostos presentes em muitos medicamentos antidepressivos atuam diretamente sobre o metabolismo e os depósitos de gordura. Embora o aumento de peso seja lento, a duração prolongada destes tratamentos, juntamente com a inatividade comum a esta classe de doentes, pode resultar numa obesidade considerável. Além disso, muitos pacientes tentam aliviar as suas ansiedades com uma ingestão exagerada e desordenada de alimentos.
Por vezes, verifica-se um paradoxo perigoso: a causa da depressão é a própria obesidade, e o paciente, ao ser submetido a um tratamento com antidepressivos – muitas vezes por automedicação –, não só não resolve o problema depressivo, como ainda o agrava, aumentando o peso.